IV Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo

Desenvolvendo Negócios Inclusivos e Responsáveis: cooperativas na teoria, política e prática.

As sociedades cooperativas, enquanto organizações econômicas de cunho social, são destacadas no mundo dos negócios como modelos alternativos que contribuem para o desenvolvimento sustentável local e regional. Inclusive, são pensadas e estimuladas em alguns países como instrumentos para viabilizar políticas públicas.

O conceito de criação e compartilhamento de valor, proposto por Porter e Kramer (2011) 1,aponta para os casos de empresas que readequaram a forma como a questão temporal e o acúmulo do resultado afetam sua função objetivo. Trocaram a visão de curto – prazo por uma visão de longo – prazo e implementaram como estratégia o compartilhamento dos valores criados ao longo da cadeia de negócios. A ideia dos autores tem estreita relação com o que se apregoa sobre o comportamento das cooperativas. Todavia, os exemplos citados pelos autores, Nestlé e Johnson & Johnson, foram organizações não cooperativas. Isto deve instigar nossa reflexão.

O conceito de criação e compartilhamento de valores ao longo das cadeias, o papel atribuído às cooperativas e o reconhecimento destas estratégias por empresas não cooperativas, traz à tona a necessidade de debater a relação entre as cooperativas e o desenvolvimento de negócios inclusivos e responsáveis. As formas de evidenciar sua atuação, de tornar suas ações mais efetivas, bem como a discussão das perspectivas de futuro no que tange aos incentivos e à regulação deste tipo de organização, torna – se fundamental. É isto que se pretende no IV Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (IV EBPC).

Além de trazer contribuições para a expansão dos conhecimentos relacionados ao tema, busca – se aproximar e consolidar a relação entre as entidades de pesquisa e o mundo empírico do cooperativismo. O intento será alcançado se uma agenda de pesquisa for construída a partir da contribuição e da interação das pessoas que representam a realidade vivida elas cooperativas com a queles que se dedicam a pesquisar estas organizações.

Convocação para o Encontro

O IV EBPC é aberto a todos os interessados em entender e fortalecer as cooperativas enquanto organizações econômicas e sociais que promovem o desenvolvimento inclusivo. Entre os públicos, destaca – se pesquisadores, gestores de cooperativas, dirigentes,profissionais do sistema de aprendizagem e representação e elaboradores de políticas públicas.

Os trabalhos de pesquisadores, vinculados ou não a universidades, que têm as cooperativas como objeto de estudo e as abordam sob diferentes áreas do conhecimento (economia, administração, contabilidade, direito, educação e sociologia), também são muito bem-vindos.

Os posicionamentos dos profissionais das cooperativas e do Sistema OCB, incluindo as unidades estaduais, e as visões dos formuladores de políticas públicas e suas expertises contribuirão sobremaneira para o debate e construção do conhecimento.

Eixos temáticos do IV EBPC

Foram elencados quatro eixos que nortearão o debate e a construção do conhecimento sobre a temática do evento: Identidade e Educação; Quadro Legal; Governança e Gestão; e Capital e Finanças. A relação entre cada um destes eixos com o papel das cooperativas na inclusão e desenvolvimento de negócios responsáveis permitirá destacá-las como modelo de negócio diferenciado que deve ser estimulado. Na sequência, apresenta-se algumas das reflexões que norteiam os eixos temáticos do evento.

A identidade das cooperativas com seus membros e suas regiões de atuação é comumente destacada quando através da sua atividade e importância. Porém, pouca atenção científica foi dada a esta parte até o momento. Qual a real identidade as cooperativas? O que efetivamente as torna diferente das demais? Estas características são determinantes para que sua contribuição para o desenvolvimento local e regional seja mais efetiva? Como os processos educativos podem fortalecer sua posição diferenciada na sua localidade?

O regulador tem efeito direto sobre o regulado à medida que o primeiro cria instituições que afetam o comportamento do segundo. Estes conjuntos de regras compõem o quadro legal onde atuam as cooperativas. Para propor alterações no quadro, é preciso saber e investigar se o mesmo tem efeito sobre o funcionamento destas organizações e se o ambiente regulatório é estimulador ou inibidor da atividade, e se as leis, regulamentos e outros instrumentos regulatórios consideram as peculiaridades das cooperativas.

Sempre que se fala de cooperativas e há uma tentativa de diferenciá-las das demais organizações, uma série de características são apontadas. Estas diferenças deveriam estar representadas nas suas estruturas de governança e gestão. Neste sentido, algumas questões surgem: os mecanismos de incentivo adotados nas cooperativas são diferentes? Os órgãos de controle e gestão são afetados pelas suas características peculiares? Os mecanismos de governança e gestão adotados nas cooperativas interferem no seu desempenho? As boas práticas de governança deveriam considerar o ramo de atividade e a região de atuação? Elas são determinantes da performance ou eficiência das cooperativas? As cooperativas com melhores estruturas de governança e gestão têm mais impacto sobre o desenvolvimento local e regional? Como mensurar isto?

A competição estabelecida pelo mercado a partir da globalização da economia tem imposto para a maior parte das atividades a necessidade de se buscar economia de escala e/ou escopo. O investimento, cada vez mais, se torna uma variável chave para visualizar o futuro das empresas. Neste sentido, como pensar as finanças e o capital nas cooperativas? Como crescer sem que o cooperado perca o controle do negócio? Como atrair capital externo? Quais as medidas que deveriam ser usadas para identificar a necessidade de capital ou demonstrar a agregação de valor?

O regulador tem efeito direto sobre o regulado à medida que o primeiro cria instituições que afetam o comportamento do segundo. Estes conjuntos de regras compõem o quadro legal onde atuam as cooperativas. Para propor alterações no quadro, é preciso saber e investigar se o mesmo tem efeito sobre o funcionamento destas organizações e se o ambiente regulatório é estimulador ou inibidor da atividade, e se as leis, regulamentos e outros instrumentos regulatórios consideram as peculiaridades das cooperativas.

Submissão dos artigos

Os interessados em submeter seus artigos deverão considerar o período de inscrição a ser disponibilizado no site do IV EBPC. Cada autor poderá enviar até três artigos, e a quantidade de autores por artigo não deve ser superior a cinco. No momento da submissão dos trabalhos será necessário aceitar o termo de doação dos direitos autorais, para que seja possível a publicação do trabalho nos anais e/ou na revista fast track do evento.

O artigo deverá ter no máximo 20 páginas, com letra Arial 12, espaçamento simples e folha tamanho A4. Os formatos suportados são Word, RTF e PDF, e a revisão ortográfica é obrigatória. Deverão ser enviados dois arquivos:

Arquivo 1: Para a avaliação em sistema de blind review. Contém apenas o trabalho completo, sem os nomes dos autores, sem a filiação institucional ou qualquer informação que permita aos avaliadores identificarem os autores, sob pena de não serem avaliados.

Arquivo 2: Para compor os anais do evento. Contém o trabalho completo, os nomes dos autores e suas filiações institucionais.

As instruções para a submissão dos artigos, bem como os modelos para download, estão disponíveis na área “Diretrizes” do site do IV EBPC: http://somoscooperativismo.coop.br/#/EBPC

Além dos modelos, os interessados deverão inserir no Sistema de Submissão um resumo do trabalho, com no máximo 2000 caracteres.

No momento da submissão o autor deverá indicar o nome do apresentador e a forma de apresentação – oral ou em pôster-, assim como deverá explicitar se o trabalho é um artigo acadêmico ou um artigo oriundo de Relatório de Iniciação Científica ou de Trabalho de Conclusão de Curso/Monografia.

Apresentação Oral: o apresentador deve elaborar sua apresentação de acordo com o modelo disponibilizado no site do evento. O trabalho será apresentado oralmente em uma sala com projetor multimídia. Cada sessão contará com um coordenador das atividades.

Apresentação em Pôster: o apresentador deve elaborar e imprimir o pôster de acordo com o modelo disponibilizado no site do evento. O pôster ficará exposto em local reservado para essa finalidade, nos horários previstos. Pelo menos um autor deverá estar presente nos horários de exposição para interagir com os interessados no tema.

Os trabalhos aprovados – aqueles que forem apresentados durante o evento – serão disponibilizados nos Anais Eletrônicos do IV EBPC. Os erros, omissões e opiniões emitidas nos trabalhos são de inteira responsabilidade dos autores. Assim, recomenda-se rigor na revisão escrita e ponderação na redação dos resultados.

Avaliação e escolha dos trabalhos

Os artigos serão apreciados por dois avaliadores em um processo de blind review.

O processo de avaliação considerará os tipos de artigos enviados e avaliados observando os delineamentos abaixo:
1) O trabalho está adequado ao evento e ao eixo que foi submetido.
2) A introdução do artigo apresenta de forma clara o que será discutido no texto.
3) O trabalho apresenta contribuição relevante para a temática, trazendo novos métodos de pesquisa, conclusões importantes ou ainda, novas abordagens.
4) O trabalho está bem redigido, de forma clara e objetiva.
5) O referencial teórico é coerente com os objetivos do trabalho.
6) A metodologia está clara e adequada ao trabalho.
7) Os resultados atendem aos objetivos propostos.
8) A discussão dos resultados está articulada com o referencial teórico.
9) As considerações finais/ conclusões estão coerentes com a introdução do artigo.
10) O trabalho foi redigido de acordo com as normas da chamada de trabalhos e da ABNT.

Os 8 trabalhos mais bem ranqueados serão encaminhados ao Conselho Editorial da Revista de Gestão e Organizações Cooperativas da Universidade Federal de Santa Maria, que publicará edição especial do periódico.

Benefícios complementares

Os apresentadores dos 50 melhores artigos avaliados terão suas despesas de participação no evento – passagem e hospedagem – custeadas pelo Sescoop.
Independentemente do número de autores, somente o apresentador terá essa prerrogativa. Mesmo que o apresentador abra mão desse custeio, o benefício não poderá ser repassado para outro autor.

Autores com mais de um trabalho selecionado receberão este benefício apenas uma vez. O horário e trajeto da passagem será de livre escolha do Sescoop, com base em seus princípios de economicidade. Da mesma forma ocorrerá as despesas com hospedagem, que dará direito ao café da manhã. As demais refeições e despesas de deslocamento na cidade são de responsabilidade do participante.

Coordenação do Evento

Coordenação OCB
Clara Pedroso Maffia
Fabíola da Silva Nader Motta

Coordenação Sescoop
Geâne Nazaré Ferreira
Susan Miyashita Vilela

Equipe de Apoio Sistema OCB
Aline Augusta de Oliveira
Aurélio do Prado Peixoto
Cláudia Chagas Moreno
Cristiano Hosannah de Carvalho
Guilherme José Cabral Gonçalves
Iago Jorge de Carvalho
João José Prieto Flávio

Coordenação Acadêmica
Alessandro G. Souza Arruda
Davi Rogério de Moura Costa
Gabriel Murad Velloso Ferreira
Mário de Conto
Valéria G. Fully Bressan

Comitê Científico
Airton Cardoso Cançado
Alessandra B. Antunes de Azevedo
Alessandro G. Souza Arruda
Davi R. de Moura Costa
Gabriel M. Velloso Ferreira
Jimmy Peixe Mc Intyre
José Odelso Schneider
Luiz Salgado Klaes
Marcelo José Braga
Mateus de Carvalho R. Neves
Sigismundo Bialoskorski Neto
Valéria G. Fully Bressan
Vilmar Rodrigues Moreira[:]